Sexta-feira, 25 de Maio de 2007
Vou partilhar convosco uma das coisas que mais me irrita aqui. Utilizar um saca agrafos italiano. Eu nunca visto isto em Portugal. Não consigo acertar com aquela coisa (para não chamar outro nome). Isto deve ser só para complicar, de certeza. Aqui fica uma foto de um belo exemplar.
Este post diz respeito ao dia 19 de Maio (Sábado)Quando disse que queria ir a Assis a um italiano, perguntou-se se ia fazer peregrinação. Disse-lhe que não, que ia por turismo. Respondeu-me que aquilo estava cheio de igrejas. Respondi-lhe que Roma também. Segundo o que disse a minha professora, cerca de 2 mil. Certo. Ficamos por aqui.
Combinada a viagem: comboio às 8.14 de Sábado. Ficou mais ou menos estabelecido que eu comprava os bilhetes. Próximo passo: acertar o despertador. E foi aqui que foi o imbróglio. O bendito despertador do telemóvel tem uma funcionalidade fantástica. Dá para escolher os dias de repetição. E sábado não é um deles. :) Alterei as horas só que não desliguei a bendita funcionalidade. Resultado: não acordei a tempo. Eles telefonam-me às 8.12. Eu acordo, digo “comprem o bilhete e eu já vou”. Levantei, vesti-me, fui lavar a sovacagem, os dentes, chego a estação 5 minutos depois. O comboio saiu a horas. Boa.
E agora? O que fazer as 8.20 de sábado? Entre diversas propostas, ganhou a de ir dormir e apanhar o comboio das 12.14 para Assis. E assim foi. Voltei para a cama.
À hora marcada apanhamos o comboio e chegamos a Assis às 14.30. Próximo passo: apanhar um autocarro. Segundo passo: saber onde fica o posto de turismo para ficarmos com um mapa. Terceiro: almoçar (umas belas fatias de pizza). Quarto: passear pela vila (se possível pela sombra porque esteve um dia daqueles de derreter ferro).
Avaliação: Assis é uma vila bonita, toda murada, com igrejas bonitas e bastante tradição religiosa. Foi aqui que S. Francisco nasceu e fundou a Ordem dos Franciscanos.
Achei engraçado,e não sei o motivo, que as ruas que partiam do centro da vila estavam decoradas com bandeiras. Cada rua com a bandeira da sua cor.
Para o regresso, resolvemos apanhar o comboio das 20.42. Só que tínhamos que trocar de comboio noutra estação. Como a diferença entre sair de um e entrar no outro era pequena e havia algum receio de perder o comboio, resolvemos ir andando para essa terriola de nome Foligno.
Como tínhamos uma hora e tal, resolvemos ir passear e adicionar a vila de Foligno ao currículo turístico. Fiquei surpreendido. Encontrámos uma zona pedonal cheia de pessoas. Jovens todos aperaltados com a roupa de domingo. E a ragazze? Excelente nível. Depois fomos à procura de um sitio para jantar. Encontrei um, meio escondido numa praceta. Belo restaurante, bela decoração, muito “à frente”. Massa para não variar. Pedimos para apressar o jantar porque tínhamos que apanhar o comboio às 21 e pouco. Ele disse “Ok”. 5 minutos chegam. 5 minutos que se converteram em 15 e em stress. A calma italiana é capaz de deixar qualquer um em pré-ataque cardíaco. Jantamos meio a correr e fomos para a estação. Com 4 minutos antes do tempo, juntaram-se 5 do atraso do comboio. :)
Regressamos a Roma por volta das 22.30 e fomos prepararmos-nos para irmos ao Circolo degli Artisti.
Mais uma aventura: como chegar? Tive que ir ao Viamichelin e ao site da ATAC (companhia de transportes de Roma) ver como se chegava, fazer um esboço num papel e saber que fica a 1200 metros de Re di Roma. Antes de irmos, fomos ao Pompi ou “Regno del Tiramisú” comer um Tiramisú alle fragole.
O Circolo degli Artisti é um espaço muito interessante. Um grande jardim cheio de pessoas em amena cavaqueira e uma discoteca com música rock e outras.
E assim se passou.
Segunda-feira, 14 de Maio de 2007
Neste dia, em Roma há um grande concerto em S. Giovanni. Grupos italianos são convidados a participar na festa do Trabalhador.
Estive lá. O que posso dizer?
Primeiro, que a minha cultura musical italiana ainda é muita limitada. Por isso, na quase duas horas que lá estive não conheci ninguém.
Segundo, que algumas músicas parecem ser música de intervenção (o que quero dizer é que não era apenas um "concerto"). Uma delas, não pela temática, mas pela sonoridade (gaita de foles e violino), fez-me lembrar "os filhos da nação" dos Quinta do Bill.
Terceiro, participação massiva de jovens.
Quarto, devo ser muito esquisito ou quadrado. Para mim, é mau sinal que esta malta jovem se junte apenas para apanhar valentes bebedeiras, fumar erva e espalhar lixo na praça e ruas adjacentes. Belo exemplo de futuro!?
Fez-me pensar na célebre expressão usada há uns anos: geração rasca.
Aqui também se comemora o 25 de Abril e por razões semelhantes. Vitória sobre o fascismo. Neste dia, mas de 1945, a resistência italiana ou Resistenza, como ficou conhecida, conseguiu finalmente vencer o exército alemão e a libertação de algumas cidades na posse deste. Dois dias depois, Mussolini foi apanhado e no dia seguinte, sumariamente executado.