Este post diz respeito ao fim-de-semana de 12 a 15 de JulhoMais uma viagem ao sul de Itália. Desta vez, Basilicata e Apúlia.
Partimos por volta das 13 depois de termos ido buscar o carro. Um corsa 1.2 com apenas 8 kms. Tinha imensa saudade de conduzir. Tenho saudades da minha lata :) (acho que não há semana que não pergunte por ela).
Ainda não tínhamos almoçado e eu prevenido tinha comprado fruta e uns croissants. Já com fome soube que nem ginjas. Seguimos caminho sem perder mais tempo.
Até chegar a Matera, fizemos quase 500 kms. E passamos por estradas das mais bonitas que vi. Paisagens lindas.
Não sei explicar porque motivo, mas esta viagem fez-me recordar Portugal. Cada estrada e paisagem, cada pequena vila as ruas de outra em Portugal. Lembrei-me da A23 a caminho da Guarda, lembrei-me até do Pinhal Novo. :)
Chegados a Matera, fomos à procura da pousada. Em Matera, tal como noutras cidades/vilas que entramos, o centro é de acesso limitado. Por isso, fiquei junto ao carro enquanto eles, o Paulo e o Duarte, iam à procura a pé. Já com a pousada encontrada, foi estacionar e pegar nas tralhas. O caminho até à pousada prometia porque fica na parte alta dos Sassi e à noite apresentam uma imagem quase fantasmagórica. A pousada, por sua vez, penso que seja um antigo convento. É um belo empreendimento e segundo vi é aproveitado como centro de actividades/exposições.
Íamos jantar num kebab e enquanto apreciávamos a vista dos Sassi e falávamos entre nós, um nativo meteu conversa e ofereceu-se para nos fazer uma pequena visita guiada. Assim foi, explicou-nos que a origem do Sassi é milenar (com os sassi cavernosi), que alguns foram habitados até aos anos 50 quando foram apelidados pelas autoridades como vergonha nacional e as pessoas foram transferidas para bairros sociais. Os Sassi foram então murados e fechados com barras de ferro. Mas desde 1993 que são reconhecidos pelo seu valor histórico e beleza pela UNESCO. Dizia o nosso amigo nativo que Matera é um presépio real.
Matera também é conhecida pelos filmes. O mais recente e talvez o mais famoso é “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson.
O Sassi são casas/cavernas escavadas num tipo de pedra calcária designada de Tufo. Nos anos 60 foram encerrados pelas autoridades e praticamente abandonados. Agora tenta-se recuperar alguma vida.
Fomos jantar num kebab e decidimos depois fazer um passeio pelos Sassi e pelo centro da cidade em busca de uma gaita de foles que espalhava os seus acordes mágicos pelo ar. Não encontramos.
De regresso à pousada ainda tivemos um bom bocado num terraço aproveitando o fresco da noite.
A manhã de sexta começou cedo com a luz a entrar abundantemente pela janela sem persiana e com alguns companheiros de camarata a exibir os seus dotes oratórios. Não cheguei a perceber se eram italianos ou franceses. Não interessa. Iniciei o dia com pensamentos negativos rgrhrhrhr....
Depois do pequeno almoço fomos passear pelos Sassi. Com a luz dá para ver melhor as condições onde as pessoas viviam e alguns são mesmo autênticos buracos.
Antes de deixar Matera para trás, fomos ainda à zona dos Sassi Cavernosi e deu ter uma boa perspectiva da cidade e dos Sassi Barisani (o que foram habitados até aos anos 50). Neste local foi onde Mel Gilson filmou a crucificação.
A seguir fomos a caminho do mar e das praias da Apúlia.